KONIGSTEIN, 10 de jul de 2011 às 11:10
O Bispo de Tombura Yambio, Dom Eduardo Hiiboro Kussala, assinalou que a declaração da independência de seu país, o Sudão do Sul, assinada este sábado 9 de julho, constitui um "milagre" e um "grande desafio" que gera sentimentos encontrados na população majoritariamente católica que viveu um conflito interno durante 20 anos.
Em uma carta pastoral pela declaração da independência, o Bispo se solidariza com o sofrimento dos católicos e manifesta seu desejo de que saiam da pobreza e termine a violência em que vivem.
"Um dia de independência para o Sudão do Sul é um milagre", destacou o prelado e indicou que agora se inicia uma nova esperança para a paz e a reconciliação na nação.
Embora este possa ser um tempo para celebrar, afirma Dom Hiiboro, os sentimentos se encontram ao recordar os muitos mortos no conflito e as quase 170 000 pessoas que foram obrigadas a deixar seus lares.
"O desafio agora é imenso. Em ocasiões, tudo se resume em uma decisão sobre o que devemos deixar para que alguém mais coma, tenha vestimenta, refúgio ou cubramos alguma necessidade", acrescentou.
Em uma mensagem escrita à organização Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o Bispo afirmou que "o novo estado de Sudão do Sul é um estado infante e ainda frágil sem instituições confiáveis ou transparentes e está longe de ser bem governado".
Por isso a comunidade internacional, as agências humanitárias e as instituições de ajuda devem fazer-se presentes, para também permitir o trabalho da Igreja, acrescentou.
"Nós na diocese católica de Tombura-Yambio nos sentimos comprometidos a procurar com nossos companheiros modos sobre como enfrentar juntos estes temas e a procurar estratégias sobre quão longe a Igreja e seus sócios internacionais podem chegar até a sociedade, como um todo, para contribuir da melhor maneira possível a um desenvolvimento justo e promissor".
A AIS contribui atualmente a uma série de projetos no Sudão com crianças que foram deslocadas de seus lares, escolas, entre outros, e também ajuda seminaristas, sacerdotes e religiosas em sua missão.